Elementos tradicionais e fundamentais na paisagem rural, o touro, o cavalo e o campino ganham personalidade na imensa Lezíria moldada pela tradição, num pulsar de afetos desabridos e golpes de movimento e cor. É o Ribatejo real.
Orgulhoso da sua bravura, é o rei da festa nas ruas da cidade, o que conduz o touro de cima do seu cavalo, é a figura de destaque pelo caráter, pela atitude, pelo movimento e pela cor do que veste. Porém, se o momento é de descontração, essa figura calma e distante faz-se gente que solta uma alegria eletrizante e enérgica, plena de ritmo e beleza coreográfica, quando embala para a dança do fandango, assumindo portes de quem é capaz de sentir o frenesim da música, seduzir e disputar o coração de quem ama ou, tão só, expandir uma energia presa no rigor do labor quotidiano.
Os ranchos folclóricos sintetizam no canto, na música e no traje a proveniência geográfica das gentes camponesas do concelho. Alternando dançares lentos e harmoniosos com outros vivos e vibrantes, os pares evoluem em verde-gaios, bailaricos, viras e corridinhos conforme a alma e a situação. É sentir o ar de outro tempo no viver de Santarém.
